Querido Diário,
Fiquei sentada
no chão, chocada. Poderiam ter passado dias e eu não perceberia. A única coisa
que eu pensava era: “O que ele pensa que
está fazendo?”
Eu sabia que
Miley ia acabar magoada. Poxa, EU estava magoada! E olha que ele nem tinha
enfiado a língua na minha boca. Ah, espera, tinha sim, naquela tarde de
constrangimentos no shopping. Meu Deus! Quando eu fiquei tão... “rodada”?
Eu realmente
tenho que parar com isso de ficar me apaixonando pelos cantos. Não está sendo
muito legal para a minha reputação. Outro dia escutei uma garota da classe de
Francês, dizer que eu só tinha ficado com Nick pra ficar famosa. Eu ignorei por
que ela nem merecia que eu me importasse.
Mas, bom,
voltando ao assunto... Sabe o que é pior? Eu acho que nem me importo tanto com
a Miley. Na verdade, eu acho que estou com ciúmes. Que bosta de amiga eu sou. Tudo bem que ele está com ela para,
aparentemente, me provocar. Mas mesmo assim. Eles estão juntos. E, não sei se
você sabe Diário, mas é um saco quando alguém que você gosta, fica com outra
pessoa.
Só notei que já
era bem tarde quando Amanda entrou no quarto, toda feliz, indo em direção ao
banheiro e, antes mesmo de chegar lá, tirando a blusa.
Ouvi o chuveiro
sendo ligado e alguns minutos depois ela já estava vestida.
- A-A-A-Alex!
- Hmmm... Oi. –
Eu disse.
- Porque está
tão desanimada? – Ela não esperou eu responder e continuou – Eu sei do que você
precisa! De uma festa! Uns amigos meus estão jogando Strip pôquer. Tem um
karaokê e uma jacuzzi. Por isso, se você for, leve biquíni. Ah, você
bebe?
Eu balancei a
cabeça negando.
- Então se
prepare! É demais! – Ela parecia um pouco alta. Se é que me entende.
- Aonde é?
- No quarto do
diretor. David deu um jeito de tirar ele do hotel por uma noite. – Ela disse,
satisfeita.
- David vai
estar lá?
- Claro! Ele conseguiu
as bebidas e os petiscos. Vamos! – Eu percebi que não adiantaria discutir. Ela
ia me arrastar até lá. Por isso, algum tempo depois, estava com um short boyfriend, uma camiseta do Mickey e meu All Star, parada na frente do quarto do diretor, enquanto uma música tocava do
outro lado. Ela abriu a porta e eu vi várias pessoas dançando, com bebidas
cor-de-rosa nas mãos.
- Uns amigos?! –
Eu disse surpresa, por pensar que seriam apenas umas dez pessoas. O quarto
estava lotado!
- Pode-se dizer
que eu sou bem popular. – Ela disse, modesta.
Entramos e ela
me deu um copo com um liquido rosa dentro. Eu cheirei e senti um aroma de
frutas e álcool.
- Prove. – Disse
uma voz masculina atrás de mim. Eu me virei mesmo sabendo quem era.
- Nick. – Eu
disse.
- É sério,
prove. O gosto de frutas disfarça o álcool.
- É mesmo? – Eu
perguntei, desconfiada.
- Já está
falando comigo de novo? – Ele perguntou surpreso, como se esperasse mais uma
discussão enorme.
- Claro. Concluí
que era apenas perda de tempo. Podemos ser amigos de novo.
- É. – Ele
parecia hesitante, mas percebeu que essa era a melhor oferta que conseguiria –
Tudo bem.
Eu concordei e
tomei um gole da bebida.
- Nossa! É muito
bom! – Eu exclamei e depois tomei quase todo o conteúdo do copo.
Era só o que me
faltava... Virar uma adolescente alcoólatra. Se eu continuar assim, vão me
colocar em uma clinica de reabilitação, então o Nick vai me desprezar e, com a
minha sorte, David e Miley irão casar. É sério, eu realmente tenho problemas Diário.
- Vá com calma.
– Ele alertou – É meio forte.
Eu assenti,
tomando mais um gole. Virei a cabeça e vi David e Miley em um canto. Ele estava
um pouco inclinado sobre ela e, de vez em quando, virava a cabeça em minha
direção, os olhos triunfantes. Eu suspirei.
“Se vingue”, a voz em minha cabeça dizia. Eu
fiquei com raiva por ele me fazer de idiota. Por fazer a Miley de idiota. Então, aproveitando que Nick
estava perto, me vinguei.
- Vamos dançar. - Afirmei.
Então eu não lembro de mais nada.
***
Dor de cabeça. É isso que você sente depois de tomar vários copos de bebida alcoólica na noite anterior. Mais precisamente, depois de você ter participado um pequeno concurso de Quem Bebe Mais e ter ganhado.Rolei para um dos lados da cama, tentando encontrar uma posição em que minha cabeça não doesse tanto. Abri os olhos lentamente e olhei o reloginho que estava na escrivaninha. 14 horas?! Assustada, me sentei rapidamente na cama, mas a vertigem tomou conta de mim, e eu deitei de novo, gemendo por uma aspirina. Então eu percebi que estava sem blusa. Me levantei, devagar dessa vez, e fui até o espelho do banheiro, ver o estrago da noite passada. Quase tropecei numa Amanda jogada no tapete. Olhei no espelho. Argh, eu estava em frangalhos. Olheiras, cabelo bagunçado e, nem acreditei, a marca de um chupão no pescoço. Arregalei os olhos para meu reflexo.
- Que merda...?
Que tipo de idiotices eu tinha feito na noite passada?
